Cultura Caiçara: conheça todas as particularidades e a beleza deste povo litorâneo

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O que você sabe sobre os caiçaras?

Distribuídos por várias partes do litoral brasileiro, esses povos tradicionais são donos de uma bagagem cultural riquíssima. Estamos falando de encantos preservados ao longo dos séculos entre as redes de pesca e o ritmo agitado do fandango: os caiçaras são homens e mulheres do mar, que encontram nos cenários tropicais do Sul e do Sudeste o espaço para cultivar seu repertório único de tradições, crenças, música, dança e muito mais.

Se você já visitou alguma cidade litorânea no interior de São Paulo, do Paraná ou do Rio de Janeiro, é possível que tenha entrado em contato com a cultura caiçara – e talvez nem tenha se dado conta –. E a gente veio te ajudar a entender mais sobre essas comunidades fascinantes que são a cara do Brasil! Hoje, nosso passeio é com os pés na areia: te convidamos a embarcar em uma viagem incrível pela origem dos caiçaras e pelos elementos culturais preciosos que tornam esse povo tão especial.

Vem com a gente para descobrir:

Afinal, quem são os caiçaras? 

Saiba mais sobre a origem dos caiçaras 

Caiçara: entenda o significado deste termo 

Pesca e agricultura: as principais formas de subsistência do povo caiçara 

Descubra a alegria do Fandango Caiçara 

Festa de Santa Cruz: religiosidade sempre presente 

O turismo caiçara é a sua chance de conhecer de perto esta cultura única 

Escolha o seu destino para mergulhar nas belezas caiçaras e conte com a Clickbus para te ajudar a chegar lá! 

Afinal, quem são os caiçaras? 

Caiçaras: assim são chamados os membros de populações tradicionais que vivem principalmente nas zonas litorâneas das regiões Sul e Sudeste.

Sabe Paraty, a famosa cidade histórica do Rio de Janeiro? Pois é, esse é um dos lugares habitados há vários séculos pelos caiçaras. Em Florianópolis, eles são conhecidos como “manesinhos da ilha”. Além desses dois destinos muito adorados pelos praieiros de carteirinha, os caiçaras também estão espalhados por várias partes do litoral de São Paulo, como Ubatuba e Ilhabela

Nascida do encontro entre diversos povos, a cultura caiçara carrega influências europeias, africanas e indígenas. O resultado dessa mistura é um conjunto lindo de tradições ligadas à natureza litorânea: em muitas comunidades caiçaras, o dia a dia gira principalmente em torno da pesca, da agricultura familiar e do artesanato. Essa relação íntima com o mar aparece em quase todas as manifestações culturais caiçaras, com destaque para as encantadoras festas populares: em várias vilas, é comum encontrar comemorações como a Festa do Pescador, a Festa da Tainha e a Corrida de Canoas. 

Além disso, os caiçaras têm uma tradição literária que lembra o cordel, expressão artística popular muito presente no interior do Nordeste. Eles também são os criadores do espetacular fandango caiçara, uma dança que é símbolo da beleza vibrante desses povos.

Saiba mais sobre a origem dos caiçaras 

Não é à toa que o Brasil é conhecido como um caldeirão cultural.

Como você provavelmente já sabe, nosso país surgiu de uma mistura de heranças vindas de várias partes do mundo. E a cultura caiçara é um exemplo fantástico dessa miscigenação! Isso porque as comunidades caiçaras – que provavelmente nasceram lá pela metade do século 18 – são descendentes diretas de várias nações indígenas que habitavam o litoral brasileiro antes da colonização europeia. Elas também herdaram muita coisa dos portugueses e dos quilombolas africanos.

Durante várias décadas, os caiçaras viveram “isolados”, imunes aos processos de urbanização e outras transformações contemporâneas que dominaram o Sul e o Sudeste no século passado. Foi por causa dessa distância que eles conseguiram conservar seus modos de vida tradicionais, que se refletem na religião, nos costumes, na arte e até na forma de falar. Nas comunidades caiçaras de Ilhabela, por exemplo, é comum ouvir um sotaque cheio de termos indígenas e expressões herdadas do português arcaico.

Atualmente, os caiçaras já abraçaram as tecnologias da modernidade e estão em contato com outras populações – inclusive com o grande número de turistas que visitam os destinos litorâneos –. Mesmo com todas as mudanças trazidas por essas interações, eles se empenham para conservar os elementos tradicionais apaixonantes da cultura única que carregam. 

Caiçara: entenda o significado deste termo 

Mas, afinal, qual é o significado de caiçara?

O nome dessa comunidade tradicional vem da língua indígena tupi. Ele foi derivado do termo “caá-içara”, que era usado para falar das estacas de madeira que delimitavam as antigas aldeias indígenas. A mesma palavra nomeava uma espécie de armadilha feita de galhos de árvores, estratégia utilizada para cercar os peixes durante a pesca.

Em tupi, “caá” significa “galhos” ou “gravetos”, e “içara” quer dizer “armadilha”. É uma prova incrível de como a proximidade com o mar é importante para os caiçaras, que carregam a pesca artesanal até no nome. Interessante, né?

Pesca e agricultura: as principais formas de subsistência do povo caiçara 

Tradicional canoa caiçara, uma pequena embarcação feita de madeira e pintada em azul e branco. Ela está vazia e flutua em águas escuras.

Dá para dizer que o modo de vida dos caiçaras se desenvolveu entre o mar, a roça e a floresta.

A pesca artesanal, principal atividade em muitas comunidades caiçaras, é parte da herança indígena: embora o uso de embarcações a motor seja comum hoje em dia, vários pescadores ainda utilizam canoas e outras ferramentas tradicionais, como a poita – uma espécie de âncora rústica –. É dela que vem o termo “poitado”, muito popular no vocabulário caiçara (em expressões do tipo “canoa poitada”). Na maioria dos vilarejos, o pescado que mais faz sucesso é a tainha.

Além disso, os caiçaras cultivam pequenos plantios de vegetais como milho, inhame, cana-de-açúcar e principalmente mandioca, que aparece em quase todas as refeições. Nas comunidades situadas perto das exuberantes áreas de Mata Atlântica do litoral, os habitantes também recorrem à floresta para extrair ervas medicinais, tinturas, essências e outros produtos naturais. 

Tradicionalmente, os caiçaras – assim como os indígenas – transmitem de geração em geração um conjunto de conhecimentos avançados sobre a natureza, as fases da lua, as estratégias para plantar sem danificar o solo e vários outros saberes ligados ao seu estilo de vida.

Descubra a alegria do Fandango Caiçara 

Uma boa festança caiçara precisa ter muito fandango! O ritmo contagiante é destaque no sensacional repertório musical desses povos: a música popular caiçara é tão vibrante que serve como inspiração e tema de estudos para muitos artistas e pesquisadores de todo o país. 

Tocado em instrumentos artesanais, como violas, rabecas e tambores diversos, o fandango caiçara é trilha sonora oficial na maioria das reuniões familiares, festas e celebrações. Ele é embalado por uma pequena orquestra, geralmente formada por duas violas, uma rabeca e um maxixe. As coreografias cheias de movimentos harmoniosos têm alguns elementos que lembram a valsa e outros que lembram o sapateado (ou até o flamenco espanhol). 

Os dançarinos – chamados de folgadores e folgadeiras – acompanham a música arrastando e batendo os pés no chão, além de marcarem alguns passos com o bater das palmas. As grandes saias rodadas de estampas coloridas usadas pelas folgadeiras completam o espetáculo visual hipnotizante do fandango caiçara. É uma coisa linda de se ver! Como reconhecimento da importância desse ritmo apaixonante, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) deu ao fandango o merecido título de bem cultural imaterial do Brasil.

Festa de Santa Cruz: religiosidade sempre presente 

Uma das influências mais marcantes da colonização portuguesa na cultura caiçara é a religião.

Na maioria das comunidades, as crenças, o folclore e a relação com a espiritualidade são heranças do catolicismo. É por isso que uma das celebrações populares mais importantes da agenda cultural caiçara é a Festa de Santa Cruz, que pode variar de data em diferentes povoados. O evento, que é uma homenagem festiva à figura da Cruz Sagrada, é celebrado em janeiro para alguns caiçaras e em maio para outros. Seja qual for a época do ano, a Festa de Santa Cruz sempre traz muita música, dança e expressões de fé emocionantes.

É comum que a celebração da Festa de Santa Cruz dure por vários dias, e ela geralmente acontece “no claro” – que é como os caiçaras se referem aos períodos de lua cheia –. Além da programação religiosa, com direito a missas, procissões e vigílias, os festejos costumam incluir apresentações de música e dança folclóricas, barraquinhas de comidas típicas e jogos infantis. Durante todo o evento, as comunidades são tomadas por uma atmosfera incrível de alegria e devoção.

O turismo caiçara é a sua chance conhecer de perto esta cultura única 

Se você ficou com vontade de conhecer a Festa de Santa Cruz e outros encantos da cultura caiçara mais de perto, a gente tem boas notícias para te dar! Atualmente, muitas comunidades tradicionais têm apostado no turismo como forma de fortalecer a economia dos vilarejos e, é claro, divulgar a beleza de seus costumes. Para a sorte de quem curte turismo cultural, há várias opções de destinos que proporcionam um contato enriquecedor com a incrível bagagem caiçara. 

Em Santos, por exemplo, você pode visitar a Ilha Diana, um lindo refúgio situado entre o Canal Bertioga e o Rio Diana. É lá que fica um povoado de pescadores com cerca de 2 mil habitantes que conserva várias tradições caiçaras, incluindo a devoção ao Bom Jesus da Ilha Diana. A comunidade abriu suas portas para o turismo de base comunitária e recebe grupos de visitantes regularmente. O movimento é mais intenso em agosto, mês da tradicionalíssima Festa do Bom Jesus. Para conhecer, é preciso agendar o passeio com antecedência pelo número (13) 99741-8690.

Caso esteja planejando uma viagem para a charmosa Paraty, vale a pena separar um tempinho para visitar o distrito caiçara de Tarituba, especialmente entre o final de abril e o início de maio. Essa é a época da Festa de Santa Cruz no vilarejo – a programação cultural é simplesmente apaixonante –. Também no Rio de Janeiro, é possível aproveitar o turismo caiçara na Praia do Aventureiro, uma das orlas mais paradisíacas da Ilha Grande. Nesse povoado, a Festa de Santa Cruz acontece na terceira semana de janeiro, com celebrações lindíssimas que misturam o profano e o sagrado em verdadeiros espetáculos culturais.

Escolha o seu destino para mergulhar nas belezas caiçaras e conte com a Clickbus para te ajudar a chegar lá! 

Pequena casa rústica feita de madeira e cimento, estrutura de moradia comum nas comunidades tradicionais caiçaras. A construção está em um terreno de areia cercado por vegetação verde.

E aí, gostou de aprender mais sobre os caiçaras?

Se seus olhos brilharam só de ler este conteúdo, você com certeza vai adorar conhecer a cultura caiçara de perto. Seja no Paraná, Santa Catarina, São Paulo ou Rio de Janeiro, a gente garante que a oportunidade de entrar em contato com as lindas tradições desse povo secular é simplesmente única. Pode se preparar para viver uma experiência cultural inesquecível! 

Ah, e o melhor é que dá para mergulhar na riqueza do repertório caiçara sem gastar muito: a maioria dos destinos que apresentamos aqui, por exemplo, você pode visitar viajando de ônibus. É uma opção prática e econômica, perfeita para quem deseja desbravar os tesouros mais preciosos do Brasil. Aliás, se a sua praia é conhecer novos lugares e culturas tão fascinantes quanto a dos caiçaras, não deixa de conferir nossos outros conteúdos no Tô de Passagem! Aqui, a gente sempre cria posts super informativos pensados especialmente para ajudar os viajantes de carteirinha.

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