As belezas e riquezas históricas do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro

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Parece coisa da realeza europeia, mas é 100% brasileiro: esse é o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.

Bem no coração da Cidade Maravilhosa, a imponente construção chama a atenção de quem passeia pelos arredores da Praia do Flamengo. É de se esperar: não dá para passar direto pela fachada de beleza neoclássica, que parece ter saído de uma novela de época, e pela imensa área verde que se estende às margens da Baía de Guanabara. É de encher os olhos mesmo. Mas não acaba por aí! 

Além de ser um verdadeiro tesouro arquitetônico, o Palácio do Catete abriga um acervo super valioso e já serviu como palco para vários acontecimentos intrigantes – alguns deles até mudaram o rumo do nosso país –. E é claro que a gente vai te contar tudo isso! Se você adora história do Brasil, arte, passeios ao ar livre e paisagens belíssimas, pode vir conosco. 

Hoje, queremos te levar para conhecer a história do Palácio do Catete e mostrar por que esse lugar icônico e cheio de brasilidade merece a sua visita.

Aqui, você vai ver:

História do Palácio do Catete 

Entenda quem foi o Barão de Nova Friburgo 

De Palácio do Catete a Museu da República 

Saiba onde fica o Palácio do Catete 

Aprecie a beleza do Palácio das Águias

Conheça o acervo deste Patrimônio Nacional 

Se encante com o Jardim do Palácio do Catete 

Passeios que você pode fazer próximos ao Palácio do Catete 

Não perca a chance de conhecer o Palácio do Catete e muitos outros pontos turísticos do Rio de Janeiro viajando com a ClickBus! 

História do Palácio do Catete 

Mata imensa: era assim que os indígenas chamavam a área de natureza exuberante atravessada pelo Rio Carioca na época da colonização. Do tupi-guarani ka’a (mata) e eté-eté (imenso), nasceu a palavra “catete”.

Durante o século 19, o Caminho do Catete ficava entre o centro administrativo da Província do Rio de Janeiro e as construções situadas mais ao sul, como fortalezas e engenhos. Como era de se esperar, a riqueza natural da região fazia os olhos dos aristocratas brilharem. Encantadas pelo verde da “mata imensa”, muitas famílias nobres resolveram construir suas residências no Catete, incluindo a do Barão de Nova Friburgo. 

Em 1858, o arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt foi encarregado de projetar a nova casa do barão, e as obras terminaram oito anos depois. Assim nascia o Palácio do Catete (também chamado de Palácio de Nova Friburgo), com uma estrutura inspirada na sofisticação das construções italianas de Veneza e Florença. Mas o Barão de Nova Friburgo não conseguiu aproveitar a beleza da propriedade por muito tempo, já que faleceu em 1869. O palacete ficou para um de seus filhos, o Conde de São Clemente. Uma herança e tanto!

Como o Conde não curtia tanto a casa idealizada pelo pai, ele vendeu a propriedade duas décadas depois. Mas ela continuou praticamente inutilizada até a chegada da República, quando ganhou um propósito grandioso. Em 1896, o imóvel recebeu algumas modificações para atender a uma nova finalidade: ele seria a sede oficial da Presidência do Brasil. 

O primeiro a subir as grandes escadarias após as reformas foi o vice-presidente Manuel Vitorino. Depois dele, dezoito governantes viveram no Palácio do Catete até 1960, transformando a construção no símbolo máximo do poder político nacional. Por muito tempo, “subir as escadas do Catete” era uma conquista equivalente ao que conhecemos hoje como “subir a rampa do Planalto”. 

Durante esse período, o palacete foi o cenário de muitos acordos, embates e tomadas de decisão que definiram a trajetória do Brasil. Ele também testemunhou alguns acontecimentos marcantes narrados até hoje nas aulas de história, como a morte de Getúlio Vargas, em 1954.

Entenda quem foi o Barão de Nova Friburgo 

Mas, afinal, quem foi o primeiro dono do Palácio do Catete?

Conhecido pelo título de Barão de Nova Friburgo, António Clemente Pinto nasceu em Portugal, em 1795. Quando chegou ao Brasil, em 1821, ele não tinha propriedades e nem lugar entre a nobreza. Mas tudo mudou quando António recebeu a atenção e o apoio de João Rodrigues Pereira de Almeida, o Barão de Ubá. Foi por meio dessa ajuda – e do comércio de escravizados – que o português enriqueceu, tornando-se dono de várias fazendas de café em Nova Friburgo, Cantagalo e São Fidélis.

A posição de barão veio em 1854, quando António já era casado com Laura Clementina Pinto, com quem teve dois filhos. Além do Palácio do Catete, o nobre mandou construir também o Chalé do Parque São Clemente, que hoje faz parte do Nova Friburgo Country Club. 

Ufa! É muita história, mas sabe como é, né? Aprender um pouquinho sobre a nosso passado é sempre uma super chance de entendermos melhor como a gente chegou até aqui! Mas agora, bora que tem mais!

De Palácio do Catete a Museu da República 

Só pela importância histórica que descrevemos até aqui, o Palácio do Catete já merece estar no seu roteiro de viagem pelo Rio de Janeiro.

Mas além de abrigar toda essa bagagem incrível, o lugar também é lar de um dos acervos museográficos mais importantes do Brasil. Em 1960, quando deixou de servir como residência oficial dos presidentes, o Palácio do Catete foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e passou a funcionar como Museu da República. Hoje, os grandes salões estão recheados de relíquias preciosas e abrem suas portas para quem deseja conhecer melhor a trajetória de formação do nosso país. É um passeio super imersivo: ao caminhar pelos cômodos ricamente decorados, você vai passar por objetos antigos que contam a história do regime republicano de uma maneira fascinante. A sensação é de estar viajando no tempo!

Além de oferecer exposições permanentes e temporárias, o Museu da República também recebe eventos voltados para arte, literatura, gastronomia, design e muito mais. Tem ainda uma cafeteria super charmosa e um cinema maravilhoso com programação bem cult. Se você gosta de filmes nacionais e produções independentes, não se esqueça de conferir a programação. 

Saiba onde fica o Palácio do Catete 

O Palácio do Catete fica na parte centro-sul do Rio de Janeiro, na Rua do Catete, em um bairro histórico de mesmo nome.

Para chegar, a melhor opção é o transporte público: caso decida ir de ônibus, basta pegar a Linha Circular 1 e descer na parada que fica em frente à entrada. Dependendo do seu ponto de partida, você ainda consegue aproveitar o percurso para apreciar algumas das paisagens que justificam o apelido de Cidade Maravilhosa, já que a linha sai do Leblon e passa por Ipanema e Copacabana. Para quem parte do Centro, a melhor pedida é pegar o Troncal 6 na Central do Brasil. 

O Palácio do Catete também fica bem ao lado da estação de metrô Catete, que opera com a Linha 1 (Laranja) e a Linha 2 (Verde). Comprando o Riocard (o bilhete único da capital fluminense), você consegue se locomover pela cidade inteira usando o transporte público. Ele custa R$ 3 e pode ser adquirido nos caixas de atendimento automático das estações de metrô.

Aliás, você já sabe como vai fazer para ir até o Rio de Janeiro? Se a ideia é curtir o Palácio do Catete e outros pontos turísticos da Cidade Maravilhosa de forma fácil e barata, uma boa pedida é conhecer o Rio viajando de ônibus. Assim, você economiza no transporte e guarda uma graninha para gastar durante os passeios. Para simplificar seu planejamento, já separamos aqui algumas passagens de ônibus para o Rio de Janeiro.

Aprecie a beleza do Palácio das Águias

Jardim do Palácio do Catete

Mas, afinal, o que esperar da visita ao Palácio do Catete?

Bem, antes de mais nada, o passeio é uma oportunidade interessantíssima de conhecer a ostentação da nobreza do século 19. E é muita ostentação mesmo! Depois de passar pelos jardins – que são um espetáculo à parte –, você vai se deparar com a fachada de estilo neoclássico que lembra aqueles super templos romanos. Ah…e preste atenção no topo do prédio: no telhado, de frente para a rua, estão as esculturas das aves de rapina que inspiraram o apelido de “Palácio das Águias”.

Os visitantes são recebidos pelo hall de entrada, que chama atenção pelas estátuas e pelas grandes colunas de mármore que levam até a famosa escadaria do Catete. Nessa parte, é super interessante observar as modificações trazidas pela Proclamação da República, como os vários brasões republicanos instalados junto ao teto. Dê também uma boa olhada no Salão Ministerial, que ainda conserva sua decoração original, com paredes cobertas por afrescos coloridos e detalhes dourados. A subida para o segundo andar é acompanhada por pinturas renascentistas que retratam cenas da mitologia grega e por uma réplica metálica da Afrodite de Cápua, escultura que fica no Museu Nacional de Nápoles.

O segundo pavimento do Palácio do Catete é conhecido como “piso nobre”. E não é à toa! Tanto nos tempos do Barão quanto na época dos presidentes, esse andar era usado para cerimônias e eventos sociais. A galeria de vitrais alemães coloridos leva até a capela e o Salão Azul, que tem uma ornamentação à moda francesa – é o que se chama de “estilo Luís XVI” –. No Salão Nobre, o mais luxuoso de todos, a pompa é de cair o queixo. Do chão até o teto alto, não existe um centímetro de espaço que não seja coberto por ornamentos esculpidos em ouro. As pinturas vibrantes das paredes e do teto, junto com os lustres finos, completam o cenário.

Antes de subir para o terceiro piso, passe também pelos salões Pompeano, Veneziano, Mourisco e de Banquetes. No último andar do Palácio do Catete, você vai perceber que a decoração é um pouco mais simples em comparação com os outros dois pavimentos. Esse era o espaço mais privativo do palacete, usado na vida cotidiana das famílias nobres e presidenciais. Ainda assim, vale a pena contemplar a clarabóia de 266 peças decorada por belos vitrais coloridos.

Conheça o acervo desse Patrimônio Nacional

Há mais de 60 anos, o Museu da República ocupou o Palácio do Catete com sua missão de proporcionar um panorama histórico da República Brasileira.

Com um lugar merecido na lista de maiores museus do Brasil, a instituição tem um acervo espetacular: são quase 9 mil itens antigos, 100 mil documentos, 9 mil livros e uma coleção multimídia. Durante a visita, você terá a chance de observar de perto alguns artefatos que acompanharam os maiores acontecimentos da história do Brasil, como objetos pessoais dos ex-presidentes. E olha que a gente nem mencionou o mobiliário chiquérrimo e as preciosas pinturas, esculturas, afrescos e outras obras de arte que já habitavam o Palácio do Catete antes mesmo de ele virar museu.

Ainda no primeiro piso, você vai encontrar uma exposição permanente que conta a história do Barão de Nova Friburgo, de sua família e da criação do palácio. Dá até para ver os recibos de pagamento originais dos trabalhadores responsáveis pela construção. No mesmo pavimento, há uma sala voltada para as exposições temporárias, que geralmente são exibições de arte contemporânea ou memoriais históricos. 

Já no terceiro andar, o destaque é o Quarto Presidencial, famoso por ter sido o local onde Getúlio Vargas tirou a própria vida durante uma grande crise política. Entre os itens expostos, estão o pijama que o ex-presidente usava no momento em que faleceu e a carta deixada por ele.

Se encante com o Jardim do Palácio do Catete

O gigantesco jardim do Palácio do Catete é tão incrível que merece um dia de passeio só para ele. 

São 24 mil metros quadrados de área verde que conectam a Rua do Catete à Praia do Flamengo. E não estamos falando de gramados comuns: como mandavam os costumes da época do Barão, o Palácio das Águias foi construído com paisagismo artístico à la Europa, com projeto do francês Antoine Glaziou. Hoje, o espaço ainda conserva as características de quando foi criado, como as grandes palmeiras imperiais e outras árvores altas.

Com a chegada da República, os jardins foram incrementados com fabulosos canteiros elevados, dois lagos artificiais com pontes rústicas e uma gruta coberta por uma queda d’água. Em uma das construções de apoio distribuídas entre os jardins, você vai encontrar uma surpresa maravilhosa: o Museu de Folclore Edison Carneiro, que tem um acervo focado na cultura popular brasileira. A área aberta do palácio também recebe feirinhas de artesanato com direito a música ao vivo e muita comida boa – vale a pena acompanhar o perfil do Museu da República no Instagram para acompanhar a programação –.

O jardim do Palácio do Catete é aberto ao público e funciona como um grande parque, servindo como espaço de lazer para famílias e para turistas que buscam tranquilidade. Na hora de aproveitar esse espaço sensacional, as opções são várias: você pode se sentar em um dos bancos de pedra para ler um bom livro, fazer um piquenique de frente para o lago, caminhar entre as palmeiras ou simplesmente deitar na grama para curtir o calor do sol carioca em grande estilo. Tem como ficar melhor? 

Passeios que você pode fazer próximos ao Palácio do Catete 

Orla do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro

Na verdade… tem como melhorar, sim!

Se você estiver a fim de esticar o passeio depois de conhecer a imensidão luxuosa do Palácio das Águias, vai adorar saber que a região está cheia de opções de entretenimento que podem entrar na sua lista de pontos turísticos do Rio de Janeiro. A mais famosa de todas, é claro, é a adorada Praia do Flamengo, que já mencionamos algumas vezes aqui. Com início no mesmo ponto onde acabam os jardins do palácio, a orla é perfeita para quem deseja aproveitar o espetáculo das paisagens cariocas com os pés na areia.

Inclusive, aqui tem um conteúdo completinho sobre as praias do Rio de Janeiro, caso você queira montar um roteiro só pensando nelas. 

Agora, caso você prefira apreciar os cenários cheios da Cidade Maravilhosa de cima, visite o The Maze, uma galeria de arte super descolada que também tem um mirante. Também vale a pena conhecer o Oi Futura, antigo Museu do Telefone, que conserva um acervo fascinante sobre a evolução das tecnologias de comunicação. Mas seu passeio só estará completo se você aproveitar a chance para comer uma das famosas esfihas do Largo do Machado, na Galeria Condor. A massa fofinha e o recheio bem temperado vão fechar seu dia com chave de ouro!

Não perca a chance de conhecer o Palácio do Catete e muitas outras atrações no Rio de Janeiro viajando com a ClickBus! 

Visão aérea do Rio de Janeiro, com a orla da praia do lado esquerdo e a cidade do lado direito

Palácio do Catete, Museu da República ou Palácio das Águias: não importa como você prefere chamar, desde que reserve um tempinho para conhecer esse antigo tesouro nacional.

Poucos lugares proporcionam um mergulho tão profundo na história do Brasil quanto os espaços que acabamos de te mostrar. Se você curte turismo cultural, o Palácio do Catete tem tudo para se tornar um dos seus passeios favoritos na vida. Ele fica aberto todos os dias, das 8h às 18h, e a entrada é inteiramente gratuita. Quer uma dica? Se puder, separe um dia inteiro para desbravar o Palácio do Catete e seus jardins com calma, aproveitando cada detalhe de cada ambiente. Você não vai se arrepender!

E aí, gostou do passeio? Então não deixe de conferir nossos outros conteúdos aqui no Tô de Passagem. A gente sempre traz as melhores dicas para quem adora se aventurar pelos lugares mais apaixonantes do Brasil!

Como a gente costuma dizer por aqui, viajar muda a gente! Então, boa viagem e até a próxima!

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